BR228
Parque Nacional da Lagoa do Peixe


Country/territory: Brazil

IBA criteria met: B1a (2024)
For more information about IBA criteria, please click here

Area: 63,723 hectares (637.23 km2)

SAVE Brasil
IBA conservation status
Year of assessment (most recent) State (condition) Pressure (threat) Response (action)
2024 poor high low
For more information about IBA monitoring, please click here


Site description (2005 baseline)
Essa unidade de conservação costeira situa-se no litoral médio do Rio Grande do Sul, ao longo da estreita península arenosa que separa a laguna dos Patos do oceano Atlântico, conhecida como restinga de São José ou península de Mostardas. Uma laguna rasa e salina (lagoa do Peixe), de características únicas no contexto da costa brasileira, está inteiramente inserida no parque. Variações sutis no nível da água da laguna ou na direção e intensidade dos ventos expõem extensos bancos de lodo, utilizados por aves costeiras como áreas de alimentação. A laguna também apresenta grande importância como abrigo e área de reprodução para uma variada gama de organismos marinhos e estuarinos (e.g., crustáceos e peixes). A ligação da Lagoa do Peixe com o mar é intermitente e se dá pelo rompimento da barra, que antigamente ocorria somente de forma natural, mas hoje é feita artificialmente durante o inverno, para garantir a alta produtividade primária das águas. Além do ambiente lagunar, o parque inclui banhados de água doce, marismas (banhados salobres), campos úmidos, alagados temporários, matas de restinga e paludosas, dunas móveis e fixas e um extenso segmento de praia oceânica. Na região da barra existe uma pequena comunidade de pescadores artesanais dedicados à pesca de camarão. No entorno da unidade de conservação são desenvolvidas principalmente a silvicultura e a pecuária extensiva.

Key biodiversity
A Lagoa do Peixe constitui um dos mais espetaculares refúgios para aves migratórias em toda a costa leste da América do Sul. Várias espécies limícolas oriundas do sul do continente ou da região neártica congregam-se em números significativos nessa área, ali invernando ou realizando escala durante suas migrações até regiões mais austrais. Pelo menos seis espécies migratórias concentram-se na área em números que excedem 1% de suas populações biogeográficas. A concentração de Sterna hirundo (trintaréis- boreal) é a maior da costa gaúcha. Tryngites subruficollis (maçarico-acanelado), espécie quase ameaçada com população global reduzida, tem nos campos úmidos à volta da Lagoa do Peixe um de seus principais sítios de invernagem em escala mundial. A área também é o principal ponto de parada para repouso e ali mentação de Calidris canutus (maçaricode- papo-vermelho) no Brasil. Por sua importância para as aves migratórias, a Lagoa do Peixe foi incluída na Rede Hemisférica de Reservas para Aves Limícolas, em 1991, e reconhecida como Sítio Ramsar em 1993. Adicionalmente, o Parque Nacional da Lagoa do Peixe abriga um grande número de espécies limícolas e aquáticas residentes, além de uma das duas únicas populações de Porzana spiloptera (sanã-cinza) conhecidas no Brasil.


Recommended citation
BirdLife International (2024) Important Bird Area factsheet: Parque Nacional da Lagoa do Peixe (Brazil). Downloaded from https://datazone.birdlife.org/site/factsheet/parque-nacional-da-lagoa-do-peixe-iba-brazil on 22/12/2024.