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Site description (2005 baseline):
Site location and context
Essa área protegida no curso superior do rio Uruguai está localizada junto à divisa do Rio Grande do Sul com a Argentina e o estado vizinho de Santa Catarina. O parque é contíguo com as extensas florestas do centro-leste da província argentina de Misiones, com as quais forma um único bloco florestal de mais de 300.000 ha. O terreno é acidentado, formado basicamente por uma seqüência de longos espigões que se projetam em direção ao rio Uruguai e intercalam-se com vales estreitos e profundos. A floresta estacional da bacia do rio Paraná, também denominada floresta subtropical pluvial ou Mata Atlântica interior, recobre praticamente toda a área do parque, sendo regionalmente caracterizada pelo predomínio de espécies decíduas no dossel. Árvores típicas das florestas do alto Uruguai incluem
Apuleia leiocarpa (grápia),
Parapiptadenia rigida (angico-vermelho),
Peltophorum dubium (canafístula),
Cabralea canjerana (canjerana),
Cordia trichotoma (louro), Nectandra megapotamica (canela-louro) e
Jacaratia spinosa (jacaratiá), entre outras. Densos taquarais dominam o sub-bosque, dificultando o deslocamento pelo interior da mata. O clima é subtropical, com temperatura média anual entre 18 e 20oC e precipitação pluviométrica superior a 1.800 mm ao ano.
A avifauna do parque se mantém relativamente íntegra graças à continuidade das florestas no lado argentino do rio Uruguai. Ao todo, 284 espécies já foram registradas na área, das quais mais de um quinto são endêmicas da Mata Atlântica. Atualmente, o parque é a única área no Rio Grande do Sul onde ainda persiste
Dryocopus galeatus (pica-pau-de-caracanela), restrito à porção meridional da Mata Atlântica, e uma das poucas onde
Pipile jacutinga (jacutinga) ainda pode ser encontrada.
Polioptila lactea (balançarabo- leitoso), presente em apenas outras duas IBAs na Mata Atlântica brasileira, ocorre em números substanciais. Há relatos sobre a ocorrência de
Harpia harpyja (gavião-real) e
Procnias nudicollis (araponga) no parque.
Pressure/threats to key biodiversity
O risco de insularização que decorre da intensa exploração madeireira e da crescente ocupação humana no território argentino adjacente é a principal ameaça a longo prazo. No lado brasileiro do rio Uruguai, o parque está inteiramente cercado por áreas agrícolas e as oportunidades de reconexão com outros fragmentos florestais são limitadas. O antigo projeto de construção da usina hidrelétrica binacional de Roncador permanece uma ameaça latente à área, especialmente em face do recente reavivamento dos planos de aproveitamento hidrelétrico integral do curso médio e superior do rio Uruguai, ao longo da divisa entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A caça ilegal ainda é comum no parque, que sofre de limitação crônica no número de guarda-parques.
Recommended citation
BirdLife International (2024) Important Bird Area factsheet: Parque Estadual do Turvo (Brazil). Downloaded from
https://datazone.birdlife.org/site/factsheet/parque-estadual-do-turvo-iba-brazil on 25/11/2024.