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Site description (2005 baseline):
Site location and context
Situado a 260 km do continente e a 145 km de Fernando de Noronha, o Atol das Rocas é a única estrutura recifal de seu tipo no Atlântico Sul ocidental. Crescendo sobre o topo de um monte submerso a 15–30 m de profundidade, é constituído por um anel de algas coralíneas e, subordinadamente, corais, gastrópodos vermetíneos e o foraminífero incrustante
Homotrema rubrum. Esse anel envolve uma lagoa com duas ilhas baixas, Farol e Cemitério, cada qual com 3 ha. As ilhas são recobertas por poucas espécies de plantas herbáceas (
Crinum sp., Portulaca oleracea, Sesuvium portulacastrum, Cyperus ligularis e
Eragostris prolisera). Há alguns coqueiros e casuarinas plantadas como aviso visual para as embarcações. Marés de sizígia associadas a ventos podem resultar em ondas que varrem parcialmente as ilhas, causando grande mortalidade entre as aves. O Atol das Rocas é uma conhecida área de reprodução de tartarugas marinhas (
Chelonia mydas e
Eretmochelys imbricata) e tubarões limão (
Negaprion breviceps); além disso, é habitado por cinco espécies de peixes recifais compartilhados apenas com Fernando de Noronha. A Reserva Biológia de Atol das Rocas, decretada em 1979, foi a primeira unidade de conservação marinha criada no Brasil.
O Atol das Rocas abriga a maior concentração de aves marinhas nidificando em território brasileiro. Cinco espécies reproduzem se no atol:
Sterna fuscata, Anous stolidus, A. minutus, Sula dactylatra e
S. leucogaster. Todas nidificam no solo, exceto
A. minutus, que faz seus ninhos sobre as ruínas de uma antiga construção. A falta de vegetação arbórea ou arbustiva adequada impede a reprodução de
Fregata magnificens (tesourão) e
Sula sula (atobá de pé vermelho), que freqüentam o atol vindos do arquipélago de Fernando de Noronha. O atol também é visitado por um pequeno número de migrantes provenientes do hemisfério norte, como
Pluvialis squatarola, Charadrius semipalmatus, Arenaria interpres, Tringa spp., Calidris spp., Numenius phaeopus, Limosa lapponica, Limnodromus griseus e
Sterna albifrons, e foi palco do único registro brasileiro de
Glareola pratincola, espécie do Velho Mundo. A área qualifica se duplamente pelo critério A4ii, poisabriga mais de 1% da população global de
Anous stolidus (trinta réis escuro) e
Sula dactylatra (atobá mascarado). A população reprodutora de Sterna fuscata (trinta réis das rocas), embora não atinja 1% da população global, é a maior no Atlântico Sul, com até 140.000 indivíduos. Por fim, a população de
Anous minutus (trinta réis preto), com cerca de 1.750 aves, está próxima do limite de 1% da população mundial da espécie.
Pressure/threats to key biodiversity
Antes da criação da reserva biológica, o atol era visitado por pescadores, que abatiam tartarugas e recolhiam ovos de aves para consumo, e também apanhavam aves para utilizar como iscas para a pesca. Tais atividades ilegais são atualmente coibidas apenas pela presença regular de equipes de fiscalização. Há uma população abundante de camundongos (
Mus musculus), que subsistem em parte graças às aves e podem ser um importante fator de mortalidade de ovos e ninhegos. O crescimento da frota pesqueira oceânica dedicada à captura de tubarões, atuns e outros predadores oceânicos com os quais as aves geralmente se associam para pescar pode estar afetando estas últimas, através da redução da disponibilidade de alimento. Aves sujas de petróleo são comumente registradas no atol. Finalmente, a elevação do nível do mar associada ao aquecimento global deverá tornar episódios de inundação e mortalidade em massa de ninhegos e ovos mais freqüentes.
Recommended citation
BirdLife International (2024) Important Bird Area factsheet: Atol das Rocas (Brazil). Downloaded from
https://datazone.birdlife.org/site/factsheet/atol-das-rocas-iba-brazil on 23/11/2024.