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Site description (2008 baseline):
Site location and context
A área abrange os remanescentes de matas semidecíduas e os afloramentos calcários existentes na porção nordeste do Estado de Goiás, entre a divisa com a Bahia e o planalto da Chapada dos Veadeiros. Ao norte, o limite é definido pelas rodovias GO447 e GO118, e, ao sul, pela rodovia GO44 A IBA inclui a Serra do Prata, situada no setor noroeste da área, que possui bons trechos de floresta estacional semidecidual em sua porção leste e cerrados em sua vertente oeste As florestas que crescem sobre os férteis solos calcários da região apresentam dossel com 15 a 20 m de altura (composto, por exemplo, por
Tabebuia impetiginosa e
Astronium urundeuva), onde se destacam algumas poucas emergentes com até 25 m de altura, como
Cavallinesia arborea. A paisagem regional, porém, já está bastante alterada, especialmente na parte central da área, ao longo do curso do rio Paranã. O clima é marcado por uma estação seca entre maio e setembro, ocorrendo uma precipitação anual em torno de 1.300 mm.
De acordo com pesquisas realizadas nos últimos 10–15 anos, os melhores trechos remanescentes do hábitat de
Pyrrhura pfrimeri (tiriba-de-pfrimer) estariam em Goiás. Esse psitacídeo distribuise nas matas decíduas e semidecíduas que crescem sobre solos ou afloramentos calcários existentes desde o sul de Taguatinga (Tocantins) até Iaciara, em Goiás A espécie se desloca entre as áreas florestadas, atravessando trechos degradados ou tomados por pastagens e plantações, bem como utiliza os remanescentes florestais existentes ao longo do rio Paranã para alimentação e repouso Flores de
Tabebuia impetiginosa e sementes novas de
Hyptis sp. representam a maior parte da dieta de
P. pfrimeri. Na região também existe uma população significativa de
Knipolegus franciscanus (maria-preta-do-nordeste), pássaro quase ameaçado e representativo da EBA074 (Florestas Decíduas de Minas Gerais e Goiás). É observado com mais freqüência ao longo da estrada que liga Nova Roma a São Domingos e entre Nova Roma e Monte Alegre de Goiás. A existência de ambientes de Caatinga faz com que estejam presentes alguns elementos da avifauna característica desse bioma, como
Megaxenops parnaguae (bico-virado-da-caatinga).
Pressure/threats to key biodiversity
O desmatamento permanece como a maior ameaça a
P. pfrimeri, ainda que a espécie seja capturada – em pequena escala – para o comércio ilegal de animais de estimação Restam apenas 40% das florestas originais da região e o que restou continua sendo destruído ou explorado para permitir a expansão agropecuária e, especialmente, para a extração de
Tabebuia impetiginosa e
Astronium urundeuva. As florestas em áreas planas e as matas de galeria são as mais impactadas, com as melhores matas restando nas áreas escarpadas e rochosas.
Pyrrhura pfrimeri e outras espécies de psitacídeos costumam se alimentar em plantações e acabam sendo perseguidas como pragas na região. O fogo criminoso é outra ameaça identificada no local. O Parque Estadual de Terra Ronca conta apenas com cerca de 20% de sua área regularizada e há presença de gado dentro de seus limites, nas áreas ainda não indenizadas. A exploração de soja incentiva o desmatamento e os agrotóxicos oriundos das lavouras do topo da serra contaminam cursos d’água, escarpas e porções mais abaixo.
Recommended citation
BirdLife International (2024) Important Bird Area factsheet: Terra Ronca (Brazil). Downloaded from
https://datazone.birdlife.org/site/factsheet/terra-ronca-iba-brazil on 22/11/2024.