IBA conservation status | |||
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Year of assessment (most recent) | State (condition) | Pressure (threat) | Response (action) |
2008 | not assessed | not assessed | not assessed |
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Site description (2008 baseline)
Essa IBA engloba um extenso trecho de florestas do sudoeste amazônico caracterizadas pela grande incidência de bambus (tabocas). Predomina em toda a área a floresta ombrófila aberta, dividida em duas fisionomias distintas: com palmeiras e com bambus. As formações com presença de tabocas espalhamse por toda a área, ocupando grandes extensões, tanto no Acre quanto no Estado do Amazonas. Estudos realizados na Estação Ecológica do Rio Acre revelaram que a densidade de bambus do gênero a Guadua é mais elevada em terrenos aluviais. As únicas unidades de conservação de proteção integral existentes na região representam pouco mais que 10% de sua superfície total. Dados obtidos na Reserva Extrativista Cazumbá-Iracema apontam uma pluviosidade média anual de 2.000 a 2.500 mm, com longa estação chuvosa entre os meses de novembro e maio, e umidade relativa em torno de 80 a 90%. A IBA é a maior identificada em território brasileiro e é contígua à IBA "Zona Reservada Alto Purus", no Peru, que possui vegetação e avifauna semelhantes. Em conjunto, as duas IBAs totalizam cerca de 10 milhões de hectares de formações amazônicas singulares.
Key biodiversity
Os extensos tabocais do Acre e regiões vizinhas abrigam uma avifauna peculiar, que inclui várias espécies exclusivas desse ambiente. Tais espécies também são encontradas no Peru, nas áreas de Ucayali, Madre de Dios e Pando, onde as grandes formações de tabocas têm continuidade. A E. E. do Rio Acre é, por enquanto, a unidade de conservação de proteção integral com a mais rica avifauna relacionada às florestas com bambu já registrada no Brasil. Das 12 espécies de distribuição restrita que compõem a EBA068 (Baixadas do Sudeste Peruano), nove já foram confirmadas no país e oito são encontradas na IBA. Dessas, o quase ameaçado Formicarius rufifrons (pinto-da-mata-de-fronte-ruiva) e Myrmeciza goeldi (formigueiro-de-goeldi) ocorrem também na bacia do alto Juruá (AC02), mas Picumnus subtilis só foi registrado na presente área e seu recente registro representa uma adição à avifauna brasileira. Nannopsittaca dachilleae (periquito-da-amazônia) é outra espécie quase ameaçada presente em apenas duas IBAs brasileiras (ocorre também no Parque Nacional da Serra do Divisor, AC01). Espécies com distribuição reduzida no Brasil encontradas na área são Cnipodectes superrufus (flautim-rufo), tiranídeo recém-descrito, e Xiphorhynchus chunchotambo (arapaçu-de-tschudi), dendrocolaptídeo registrado recentemente na E. E. do Rio Acre, onde se deu o primeiro registro em território brasileiro. Na porção amazonense da IBA está presente Thryothorus griseus (garrincha-cinza), espécie ainda não registrada na porção acreana e com distribuição reduzida. No lado peruano ocorrem Conothraupis speculigera (tiê-preto-e-branco), que muito provavelmente está presente no lado brasileiro, e Cacicus koepckae, icterídeo ameaçado ainda não registrado no Brasil. Por fim, aves com alto valor cinegético, como Tinamus tao (azulona) e Mitu tuberosum (mutum-cavalo), são comuns na região.
Recommended citation
BirdLife International (2024) Important Bird Area factsheet: Tabocais (Brazil). Downloaded from
https://datazone.birdlife.org/site/factsheet/tabocais-iba-brazil on 22/12/2024.