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Site description (2005 baseline):
Site location and context
Essa área abrange as florestas serranas de Santa Teresa, no centro-sul do Espírito Santo. Cerca de 22,5% do território desse município ainda encontram-se recobertos por matas nativas, destacandose os remanescentes protegidos pela Reserva Biológica Augusto Ruschi (antes R. B. de Nova Lombardia) e pela Estação Biológica de Santa Lúcia, que são interconectados por florestas preservadas em propriedades particulares. Junto aos limites da área existem alguns outros fragmentos florestais privados, especialmente nos arredores do Sítio Rincão do Serafim e no Vale do Canaã. O relevo montanhoso da região é marcado por encostas de média a forte declividade, intercaladas por pequenas várzeas intermontanas. O clima é classificado como tropical superúmido, sendo novembro o mês mais chuvoso e julho o menos úmido. A precipitação pluviométrica é consideravelmente maior em Santa Lúcia (média de 1.868 mm/ano) e Nova Lombardia (1.566 mm/ ano) do que em Santa Teresa (1.360 mm/ ano), devido à maior proximidade em relação à borda do planalto. Florestas montanas úmidas, de altíssima diversidade florística e ricas em epífitas e palmiteiros (
Euterpe edulis), constituem a vegetação predominante nas áreas preservadas. Em zonas elevadas, especialmente da vertente voltada para a costa, forma-se um tipo de mata nebular, sujeita a freqüentes chuviscos. Formações herbáceo- arbustivas ocorrem sobre afloramentos rochosos e cumes de montanhas.
As reservas de Augusto Ruschi e Santa Lúcia abrigam, cada uma, mais de 250 espécies de aves. Uma recente análise crítica da avifauna dos arredores de Santa Te resa, considerando registros de campo, espécimes de museus e dados da literatura, resultou na listagem de 405 espécies para as áreas montanhosas e de baixada da região. Destas,
Harpia harpyja (gavião-real),
Pipile jacutinga (jacutinga),
Orthogonys chloricterus (catirumbava),
Orchesticus abeillei (sanhaço-pardo) e
Sporophila falcirostris (cigarra-verdadeira) parecem estar regionalmente extintas, enquanto dezenas de outras espécies já desapareceram das baixadas da região. Mesmo assim, Santa Teresa continua sendo um importante refúgio para várias aves ameaçadas, notadamente Touit surdus (apuim-de-caudaamarela), Lipaugus lanioides (tropeiro-daserra) e Neopelma aurifrons (fruxu-baiano). Um possível registro de Nemosia rourei (saíra-apunhalada) para a R. B. Augusto Ruschi, em 1995, é agora assumido como certo; as únicas populações conhecidas dessa espécie habitam duas áreas privadas no Espírito Santo: a Fazenda Pindobas IV (ES04) e a mata dos Caetés, nas proximidades do Parque Estadual da Pedra Azul (ES06). Juntamente com a Serra da Bocaina/Paraty/Angra dos Reis (RJ/ SP01), Santa Teresa é a área que abriga o maior número de espécies de distribuição restrita da EBA075 (Floresta Atlântica de Planície), incluindo Sporophila ‘ardesiaca’ (papa-arroz-de-barriga-branca), considerado híbrido por alguns autores e presente em apenas quatro outras IBAs.
Pressure/threats to key biodiversity
Em Santa Lúcia, há risco de incêndios, caça e insuficiência de guarda-parques; a poluição do rio Timbuí, que atravessa a reserva, representa uma ameaça adicional. Na R. B. Augusto Ruschi, a caça e a predação por cães domésticos afetam espécies cinegéticas e terrícolas, como Tinamus solitarius (macuco).
Recommended citation
BirdLife International (2024) Important Bird Area factsheet: Santa Teresa (Brazil). Downloaded from
https://datazone.birdlife.org/site/factsheet/santa-teresa-iba-brazil on 23/12/2024.