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Site description (2009 baseline):
Site location and context
A área situa-se na faixa de transição entre a Floresta Amazônica e o Cerrado no norte de Mato Grosso, na bacia do rio Arinos, este que deságua no rio Juruena. A exploração de madeira e expansão agropecuária a partir da década de 1980 ocasionou grandes desmatamentos em toda a região. Atualmente restam grandes fragmentos de mata e poucas áreas de cerrado, que foram substituídas por lavouras de soja e, mais recentemente, pela cana-de-açúcar. Mesmo as áreas de mata remanescentes sofreram uma intensa retirada seletiva de madeira, existindo poucos trechos de mata primária. Ao longo do rio Claro a mata ainda está relativamente bem preservada, com vários trechos que sofrem inundações sazonais, onde predominam
Mauritia flexuosa (buriti) e
Mauritiella aculeata (buritirana). Há muitos lagos formados pelas mudanças no curso original do rio, margeados por uma vegetação de porte menor e mais aberta, adaptada a solos alagados.
As matas de galeria ao longo do rio Claro e, principalmente, a vegetação de mata aberta ao longo dos lagos, são hábitats do
Conothraupis mesoleuca (tiê-bicudo), registrado no local ao final de 2008. O rio Claro é a quarta área conhecida de ocorrência da espécie, junto com as IBAs Alto Rio Juruena (MT03) e Tirecatinga/Utiariti (MT04), no Mato Grosso, e o Parque Nacional das Emas (GO/MS01), na divisa entre Goiás e Mato Grosso do Sul. Informações sobre o tamanho da população de
C. mesoleuca na região são desconhecidas, mas considerando a disponibilidade e grau de preservação do hábitat típico da espécie, acredita-se que possa ser comum no local. Por se tratar de uma área de transição, espécies tipicamente amazônicas também podem ser observadas, tais como
Capito dayi (capitão-de-cinta),
Heterocercus linteatus (coroa-de-fogo) e
Odontorchilus cinereus (cambaxirra-cinzenta).
Pressure/threats to key biodiversity
Atualmente os desmatamentos foram interrompidos em toda a região devido às ações de fiscalização envolvendo o IBAMA, Ministério do Meio Ambiente e Polícia Federal, sendo que muitas madeireiras foram fechadas. Além disso, boa parte da madeira de maior valor já foi retirada. A expansão das lavouras de soja e cana-de-açúcar pode representar uma ameaça, no entanto, os fazendeiros estão cientes das restrições ambientais e necessidade de respeitar áreas de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente (APP). O hábitat específico de
C. mesoleuca é área de APP e, portanto, estaria teoricamente protegido. Finalmente, próximo ao local do registro, existe uma pousada que explora o ecoturismo e a observação de aves.
Recommended citation
BirdLife International (2024) Important Bird Area factsheet: Rio Claro (Brazil). Downloaded from
https://datazone.birdlife.org/site/factsheet/rio-claro-iba-brazil on 23/11/2024.