Current view: Text account
Site description (2008 baseline):
Site location and context
Dispostas ao longo de uma extensa planície, as reentrâncias costeiras ocidentais do Maranhão e da área litorânea adjacente do Pará são formadas por uma grande variedade de ambientes sob influência fluvial e marinha. Nesse complexo sistema, grandes extensões de manguezais intercalamse com pontões arenosos. A vegetação de mangue é bem desenvolvida, com algumas espécies atingindo 30 m de altura. Há também praias de areias brancas, dunas costeiras, falésias rochosas marinhas, lagos, restingas e brejos herbáceos de água doce, dispostos entre os diversos estuários e enseadas, em que se destacam algumas baías de grande porte, como Cumã, Gurupi, Maracanã e Turiaçú. O clima da região é quente e úmido, com temperaturas médias variando entre 25–26ºC e pluviosidade anual de 2.400 a 2.900 mm. Existem registros do ameaçado peixe-boi-marinho (
Trichechus manatus) na área.
As reentrâncias maranhenses e paraenses constituem uma das mais importantes áreas de concentração de aves limícolas migratórias em todo o país. Em virtude dessa importância, a área foi reconhecida como sítio RAMSAR e incluída na Rede Hemisférica de Reservas para Aves Limícolas. Provenientes principalmente do hemisfério norte, são diversas as espécies migratórias que utilizam a área para alimentação e repouso. Passam pela região, por exemplo, aves que se dirigem em migração até a Lagoa do Peixe (IBA RS06), outro importante local de concentração de aves limícolas. Algumas espécies concentramse em números que ultrapassam 1% de suas populações biogeográficas. Há congregações importantes de
Limnodromus griseus (maçarico-de-costas-brancas) e
Numenius phaeopus (maçarico-galego) no município de Cururupu (Maranhão); de
Calidris canutus (maçarico-de-papo-vermelho) em Alcântara (Maranhão), e de
Calidris pusilla (maçarico-rasteirinho) em Viseu (Pará). Aves aquáticas também formam grandes concentrações na região, como
Eudocimus ruber (guará). Contagens realizadas na década de 1990 permitiram detectar duas localidades com cerca de 500 indivíduos cada. Outra espécie que se destaca na área é
Buteogallus aequinoctialis (caranguejeiro), ave de rapina especializada em manguezais.
Pressure/threats to key biodiversity
É grande a ocupação humana em toda a extensão da área. Centros urbanos crescem perto da costa, como é o caso de Alcântara, no extremo leste da IBA, e também de Viseu e Salinópolis. O despejo de esgoto doméstico, efluentes industriais e resíduos sólidos, além da remoção de dunas (especialmente na região de Salinópolis), são impactos comuns nas áreas sujeitas a crescente urbanização. Há trechos das reentrâncias ocupados por sistemas agrícolas, sendo o arroz um dos principais cultivos. O turismo desordenado e a especulação imobiliária ameaçam as áreas ainda bem preservadas. Por fim, há também a caça e a pesca predatórias em toda a área. Os ninhais de guarás (
Eudocimus ruber) costumam ser saqueados e os ovos são usados como alimento por parte da população local.
Recommended citation
BirdLife International (2024) Important Bird Area factsheet: Reentrâncias Maranhenses / Paraenses (Brazil). Downloaded from
https://datazone.birdlife.org/site/factsheet/reentrâncias-maranhenses--paraenses-iba-brazil on 23/12/2024.