Site description (2008 baseline)
O Parque Nacional das Emas foi designado Patrimônio Mundial Natural pela UNESCO, em 2001. Atualmente, o parque é uma importante "ilha" de cerrados preservados imersa em uma matriz essencialmente agrícola. Mesmo assim, continua sendo considerado uma das áreas mais importantes para a conservação da biodiversidade do bioma. Os rios Formoso e Jacuba são os principais responsáveis pela drenagem do parque. A temperatura média é de 22,5ºC e as chuvas têm seu ápice entre os meses de outubro e abril, com média anual de 1.600 mm. Cerca de 80% da superfície do parque são cobertos por formações abertas de cerrado Um trecho de campo limpo existente no sudoeste da área mantémse alagado durante a estação mais úmida, sendo um dos poucos cerrados inundados de que se tem conhecimento Tanto nas fisionomias de campo limpo quanto de campo sujo, o capim-flecha (Tristachya leiostachya) é a gramínea mais freqüente. Já no campo cerrado destacamse alguns representantes arbustivo-arbóreos, como Anadenanthera falcata, Ouratea acuminata e Pouteria ramiflora, que chegam a atingir 5 m de altura. Ao longo dos rios e córregos se desenvolvem matas de galeria com grande número de buritis (Mauritia flexuosa), conhecidas como veredas. Também florestas se desenvolvem ao longo de rios e ribeirões, onde são características Geonoma brevispatha, Protium heptephyllum, Vochysia piramidalis e Xylopia emarginata. Levantamentos recentes realizados para a elaboração do plano de manejo da unidade de conservação identificaram uma rica biodiversidade, incluindo 85 espécies de mamíferos. O parque abriga espécies raras de peixes, como Simpsonichthys paralellus, um peixe anual.
Key biodiversity
Já foram registradas mais de 350 espécies de aves dentro dos limites do P. N. das Emas, sendo 24 endêmicas do Cerrado, o maior número de endemismos já encontrado em uma única área protegida de cerrado. Há populações consideráveis de várias espécies, como Nothura minor (codorna-mineira), Alectrurus tricolor (galito), Culicivora caudacuta (papa-moscas-do-campo) e Neothraupis fasciata (cigarra-do-campo). Da mesma forma, o P. N. das Emas é a IBA brasileira com o maior número de espécies ameaçadas no bioma (11), mesmo sem considerar Mergus octosetaceus (pato-mergulhão), visto uma única vez em 1990 e sem registros atuais. O quase ameaçado Sporophila melanogaster (caboclinho-de-barriga-preta), observado em 1993, também não mais foi encontrado na área. Algumas espécies ameaçadas possuem no parque redutos essenciais para a sua conservação, como é o caso de Eleothreptus candicans (bacurau-de-rabo-branco), cuja população é a única conhecida no país, conhecendose adicionalmente apenas um registro isolado na região de Palmas, Tocantins. O mesmo é válido para Sporophila maximiliani (bicudo), espécie rara, extremamente perseguida como ave de gaiola e com poucos registros recentes confirmados no país. O parque nacional foi palco da redescoberta de Conothraupis mesoleuca (tiê-bicudo), traupídeo criticamente ameaçado, que não era visto por mais de 60 anos desde a sua descrição. Após essa importante redercoberta, já foram identificados ao menos mais três outros pontos de ocorrência da espécie dentro dos limites do parque. Em áreas próximas há registros de Anodorhynchus hyacinthinus (arara-azul-grande), ainda não observada na unidade de conservação.
Recommended citation
BirdLife International (2024) Important Bird Area factsheet: Parque Nacional das Emas (Brazil). Downloaded from
https://datazone.birdlife.org/site/factsheet/parque-nacional-das-emas-iba-brazil on 22/11/2024.