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Site description (2005 baseline):
Site location and context
Situada a 300 km do litoral, essa extensa área engloba o Parque Nacional da Chapada Diamantina e algumas localidades imediatamente vizinhas. A Chapada Diamantina se eleva no centro da Bahia como um prolongamento da Cadeia do Espinhaço, sendo formada por uma série de maciços montanhosos dispostos na forma aproximada de um "Y". Suas vertentes orientais (p.ex., a Serra do Sincorá) constituem uma barreira ao avanço do ar úmido proveniente do oceano. Em conseqüência, a umidade não se distribui uniformemente pela região, o que, em combinação com a diversidade de solos, dá origem a um complexo mosaico de ambientes naturais. A caatinga, as matas secas e outros tipos de vegetação xerofítica predominam nas áreas de solos arenosos que recebem menor precipitação pluviométrica, cobrindo as partes mais baixas da chapada (tipicamente até 700 m de altitude), nas encostas inferiores e na retaguarda da Serra do Sincorá. A caatinga também é a vegetação predominante nas baixadas a leste da Chapada Diamantina. Nas zonas mais elevadas, sobre os platôs e nos cumes rochosos das serras, a caatinga é substituída por cerrados, campinas com arbustos e campos rupestres (estes principalmente entre 900 e 1.200 m). Florestas semi-úmidas existem ao longo dos rios, nas grotas (falhas geológicas) e sobre as encostas orientais da chapada. No topo da Serra de Sincorá, entre 800 e 1.200 m, há florestas montanas com abundantes epífitas e brenhas de taquaras. De maneira geral, a região encontra-se bem preservada, com grande parte da fauna e flora originais ainda presente.
Um listagem das aves da região, baseada em levantamentos realizados em diversas áreas da Chapada Diamantina, inclui 359 espécies, muitas das quais estritamente associadas aos biomas vizinhos (Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica), que se misturam na chapada. As florestas semi-úmidas da região constituem o limite norte de distribuição de várias aves endêmicas da Mata Atlântica, entre as quais destacamse os ameaçados
Synallaxis cinerea (joãobaiano) e
Phylloscartes beckeri (borboletinha- baiana), espécies apenas recentemente descritas que também têm na região seu ponto de ocorrência mais ocidental. O beija-flor
Augastes lumachella é endêmico da Bahia e ocorre apenas na Chapada Diamantina (serras do Rio de Contas, Sinco rá e Morro do Chapéu) e na região de Sento Sé/Campo Formoso (BA03), no norte do Estado. Por outro lado, a ocorrência do ameaçado
Neopelma aurifrons (fruxu-baiano), citado para o P. N. da Chapada Diamantina, requer confirmação. Em adição, um
Scytalopus do grupo
speluncae/novacapitalis que não pode ser diretamente atribuído a nenhuma das formas conhecidas até o momento ocorre na área e encontra-se sob estudo.
Pressure/threats to key biodiversity
O P. N. da Chapada Diamantina tem apenas cerca de 50% de sua área regularizada. A exploração de matas nativas para transformação em carvão está destruindo rapidamente as florestas nos arredores de Lençóis e Ibicoara, inclusive em áreas onde ocorrem
Synallaxis cinerea e
Phylloscartes beckeri. Caminhões carregados de madeira nativa ainda são uma visão comum na região.
Recommended citation
BirdLife International (2024) Important Bird Area factsheet: Parque Nacional da Chapada Diamantina (Brazil). Downloaded from
https://datazone.birdlife.org/site/factsheet/parque-nacional-da-chapada-diamantina-iba-brazil on 22/11/2024.