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Site description (2008 baseline):
Site location and context
A IBA corresponde aos limites da Floresta Nacional de Altamira e do recém-criado Parque Nacional Jamanxim, que ocupam trechos das bacias dos rios Tapajós e Xingu situados em sua maior parte entre 200 e 400 m de altitude. Níveis pluviométricos que atingem cerca de 2.400 mm anuais garantem a elevada umidade da região. Os rios Jamanxim, Aruri Grande e Carapuça são os mais importantes e compõem grande parte da drenagem da área. A floresta ombrófila aberta é a formação vegetal predominante na região, dividindo espaço com a floresta ombrófila densa.
As expedições ornitológicas à região são muito recentes. Aparentemente há uma espécie ainda não descrita do gênero
Terenura, ao passo que uma nova espécie de
Hylopezus está sendo descrita para a região. Também foi encontrado ali um novo táxon de
Campyloramphus (arapaçu-beija-flor), endêmico do interflúvio Tapajós-Xingu e ainda não descrito formalmente mas já caracterizado. Outras espécies restritas ao mesmo interflúvio estão presentes na área, como
Rhegmatorhyna gymnops (mãe-da-taoca-de-cara-branca) e um beija-flor, Phaethornis aethopyga (rabo-branco-de-aranta-escura), cujo status taxonômico foi apenas recentemente esclarecido.
Anodorhynchus hyacinthinus (arara-azul-grande) foi observada em diversos pontos da área, inclusive nidificando. Aparentemente, é a arara mais comum entre as existentes na região (ocorrem também
Ara ararauna,
A. macao e
A. chloropterus), ao contrário de
Guarouba guarouba (ararajuba), que é incomum e só foi observada na margem leste do rio Jamanxim.
Pressure/threats to key biodiversity
A presença de madeireiros ilegais, garimpeiros e grileiros torna as áreas ao longo da BR163, que cruza o Parque Nacional do Jamanxim, um tanto inseguras. Na chamada "Terra do Meio", problemas envolvendo pesquisadores, agentes sociais, proprietários de terra e posseiros são freqüentemente noticiados pela mídia, revelando questões fundiárias, desmatamentos e até mesmo assasinatos por conta desses conflitos. Na F. N. de Altamira foram recentemente encontradas estradas clandestinas para retirada de madeira e garimpos abandonados; esses últimos deixaram grandes clareiras abertas na mata5. Há também posseiros em toda a área, que instalam suas fazendas, ocupam e exploram irregularmente as terras da unidade de conservação. Além disso, projetos de construção da Ferrovia Norte-Sul mostram um traçado atravessando a floresta nacional. Por outro lado, a presença freqüente de espécies de aves cinegéticas, como
Tinamus tao (azulona),
Penelope pileata (jacupiranga),
Mitu tuberosum (mutum-cavalo) e
Crax fasciolata (mutum-de-penacho), mostra que aparentemente não há intensa pressão de caça na unidade de conservação. Próximo à borda sudoeste da IBA passa a rodovia "Transgarimpeira", onde há vários garimpos, inclusive em formadores do rio Jamanxim. Análises realizadas com peixes coletados nas proximidades da vila São Chico mostram que há contaminação das águas por mercúrio. Por fim, também foram detectados desmatamentos dentro do parque nacional.
Recommended citation
BirdLife International (2024) Important Bird Area factsheet: Jamanxim / Altamira (Brazil). Downloaded from
https://datazone.birdlife.org/site/factsheet/jamanxim--altamira-iba-brazil on 23/12/2024.