BR031
Gurupi


Site description (2008 baseline):

Site location and context
O bloco florestal de Gurupi situase praticamente no limite oriental da floresta amazônica, onde já é extensiva a devastação, que se faz notar pela presença de pastagens e florestas secundárias fragmentadas. A área compreende basicamente o conjunto das Terras Indígenas Alto Turiaçú, Alto Rio Guamá, Awa e Caru, além da Reserva Biológica do Gurupi, englobando as Serras da Desordem e do Tiracambu. A R. B. do Gurupi foi criada com o objetivo de preservar as florestas da chamada Pré-Amazônia Maranhense. Entretanto, há fortes sinais de devastação em seu interior, assim como nas terras indígenas adjacentes. O clima da região é quente e úmido, com pluviosidade média anual de 1.750-2.000 mm e temperaturas entre 24º–26ºC. Grande parte da área apresentase recoberta pela floresta ombrófila densa de terras baixas, especialmente a Terra Indígena Alto Turiaçú, onde aparentemente estão os maiores remanescentes florestais contínuos de toda a IBA. A porção sul, onde está a reserva biológica, possui florestas ombrófilas densas submontanas. Na fauna da região, destacase o macaco-caiarara (Cebus kaapori), que tem na reserva biológica a única área de proteção integral dentro de sua distribuição.

Key biodiversity
A avifauna da R. B. do Gurupi foi muito pouco estudada até agora, pois o acesso à área é difícil devido à presença de posseiros e, principalmente, madeireiros ilegais. Até então, foram identificadas 144 espécies na reserva. Algumas informações publicadas sobre a avifauna do entorno também dão uma idéia das espécies esperadas dentro desse bloco florestal, que incluem Lepidothrix iris (cabeça-de-prata), endêmica da margem direita do rio Tapajós, Periporphyrus erythromelas (bicudo-encarnado), um cardinalidae incomum, e o cracídeo quase ameaçado Penelope pileata (jacupiranga). Na área ocorre Psophia viridis obscura e talvez ali exista a última população em liberdade de Crax fasciolata pinima, ambos táxons classificados como "Em Perigo" na lista brasileira de animais em extinção. Outra espécie que habita a região é Guarouba guarouba (ararajuba), psitacídeo ameaçado tanto em nível global quanto nacional. Tal conjunto de espécies encontra em Gurupi um dos seus últimos redutos de floresta amazônica no Estado do Maranhão. É importante destacar a existência da Terra Indígena Araribóia, distante cerca de 50 km a sudeste, que aparenta ter florestas em excelente estado de conservação; não há levantamentos ornitológicos nessa área, mas é provável que ali ocorram as mesmas espécies de aves encontradas em Gurupi.

Pressure/threats to key biodiversity
A R. B. do Gurupi é uma das unidades de conservação mais vulneráveis do país e sua situação fundiária ainda não está resolvida. São muitos os impactos observados na região, que incluem desmatamentos constantes, corte seletivo de madeira e expansão de siderúrgicas nas proximidades. Só a reserva biológica perdeu cerca de 20% de sua área por conta de ocupações ilegais para a exploração agropecuária. Comunidades indígenas locais vendem madeira e fazem cultivo de maconha, e também há forte atividade de madeireiros. Recentemente (2007), a Polícia Federal realizou operações de fiscalização na reserva biológica e cercanias, autuando madeireiras e pessoas que agiam ilegalmente na região.


Recommended citation
BirdLife International (2024) Important Bird Area factsheet: Gurupi (Brazil). Downloaded from https://datazone.birdlife.org/site/factsheet/gurupi-iba-brazil on 22/12/2024.