BR088
Vale do Guaporé


Country/territory: Brazil

IBA criteria met: A1, A2 (2009)
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Area: 1,664,439 hectares (16,644.39 km2)

SAVE Brasil
IBA conservation status
Year of assessment (most recent) State (condition) Pressure (threat) Response (action)
2008 not assessed low not assessed
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Site description (2008 baseline)
A área inclui as unidades de conservação e os remanescentes florestais existentes na zona de influência do vale do rio Guaporé, no sul de Rondônia, englobando a Reserva Biológica do Guaporé, uma das maiores de sua categoria no Brasil. Com uma altitude média de 200 m, a região é caracterizada por relevos de planície onde há extensas áreas ainda bem preservadas de florestas marginais ao rio Guaporé. A vegetação no vale do Guaporé é composta por um mosaico de fitofisionomias que vão desde florestas ombrófilas até savanas, incluindo formações de transição. Em uma grande área que está sob influência direta das drenagens associadas ao rio existem florestas de galeria e campos alagadiços, além de florestas aluviais com palmeiras. No território boliviano adjacente há duas IBAs contíguas ao vale do Guaporé, denominadas "Noel Kempf Mercado", sítio já bem conhecido por sua rica avifauna, e "Reserva de Inmovilización Iténez" A soma das áreas das três IBAs perfaz cerca de 4,13 milhões de hectares de um mosaico único de fisionomias amazônicas e de cerrado. Dados pluviométricos apontam médias anuais máximas próximas de 2.000 mm.

Key biodiversity
O vale do Guaporé é mais conhecido por causa das concentrações de aves aquáticas, que estão entre as maiores de toda a Amazônia, com destaque para os ciconiformes Por outro lado, os levantamentos ornitológicos são escassos, especialmente nas áreas florestais e de cerrado. Uma compilação de dados históricos resultou na listagem de 187 espécies para a região, enquanto um inventário de campo preliminar, realizado em 2001 nas Reservas Extrativistas de Pedras Negras e de Curralinho, apontou a presença de 280 espécies, incluindo alguns endemismos amazônicos incomuns, como Neopelma sulphureiventer (fruxu-de-barriga-amarela) e Hemitriccus flammulatus (maria-de-peito-machetado), e quatro espécies consideradas endêmicas do Cerrado: Phaethornis nattereri (besourão-de-sobre-amarelo), Herpsilochmus longirostris (chorozinho-de-bico-comprido), Synallaxis albilora (joão-do-pantanal) e Picumnus fuscus (pica-pau-anão-fusco) Esse último é conhecido apenas da região do vale do Guaporé, onde habita florestas de várzea e parece preferir áreas com lianas e bambus A IBA é de grande importância para a conservação desse pica-pau-anão e constitui a única área onde sua ocorrência é conhecida no Brasil. Apenas uma espécie globalmente ameaçada, Anodorhynchus hyacinthinus (arara-azul-grande), foi encontrada na região, tendo sido detectada em 1997 durante um sobrevôo exploratório No entanto, é de se esperar a presença de mais espécies sob algum grau de ameaça global, já que nas IBAs bolivianas há quatro espécies globalmente ameaçadas e doze quase ameaçadas O beija-flor Amazilia versicolor rondoniae, que ainda é alvo de discussões taxonômicas, também ocorre na região, enquanto Hylopezus auricularis, espécie globalmente ameaçada e ainda não encontrada no Brasil, foi detectada no território boliviano imediatamente adjacente.


Recommended citation
BirdLife International (2024) Important Bird Area factsheet: Vale do Guaporé (Brazil). Downloaded from https://datazone.birdlife.org/site/factsheet/vale-do-guaporé-iba-brazil on 23/12/2024.