IBA conservation status | |||
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Year of assessment (most recent) | State (condition) | Pressure (threat) | Response (action) |
2008 | not assessed | low | not assessed |
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Site description (2008 baseline)
A IBA corresponde às áreas do Parque Nacional da Serra da Neblina e do Parque Estadual da Serra do Aracá, bem como das serras que se interpõem a eles, acima da cota altitudinal de 900 m. Toda a região faz parte do Pantepui, imenso platô arenítico que se estende ao longo da divisa com a Venezuela e inclui os maciços das Serras da Neblina, do Tapirapecó e do Aracá. A maior parte do Pantepui está em território venezuelano, sendo a Serra do Aracá o único tepui totalmente inserido em território brasileiro e o mais ao sul dentro da Amazônia. Na região está localizado o Pico da Neblina, com 2.993 m de altitude, ponto culminante do Brasil. A maior cachoeira do país, por sua vez, está situada no P. N. da Serra do Aracá, com queda de 365 metros. A IBA é vizinha aos parques nacionais venezuelanos Serranía La Neblina e Parima-Tapirapecó, que também são considerados IBAs. Em conjunto, essas áreas somam 9,2 milhões de hectares, a maior parte protegida (100% na Venezuela e cerca de 90% no Brasil). Devido ao gradiente altitudinal, a região apresenta uma grande diversidade de fisionomias vegetais. Nas cotas mais elevadas ocorrem florestas de caráter montano, que predominam nos trechos protegidos da IBA, acompanhadas de vegetação herbáceo-arbustiva em alguns pontos. Nas demais áreas, a floresta submontana constitui a vegetação mais comum. Nas zonas elevadas da Serra da Neblina existem gêneros endêmicos de plantas, como Neblinae, Neblinathammus e Neblinantera. As campinaranas ocorrem sobre solos arenosos das porções mais baixas, especialmente no parque nacional. Estudos recentes na Serra do Aracá revelaram a existência de um complexo mosaico de formações vegetais, destacandose um tipo peculiar de floresta que cresce sobre solos arenosos e encharcados das cotas mais baixas, em cujo sub-bosque predominam as palmeiras Leopoldinia piassava (piaçava) e Manicaria saccifera (bussú), bem como os campos rupestres dominados por gramíneas e uma espécie de Rapateaceae, no topo das montanhas.
Key biodiversity
Apesar de não ocorrerem táxons ameaçados ou quase ameaçados na área, as zonas elevadas da região abrigam fauna e flora únicas. A avifauna das formações montanhosas do norte do Amazonas é peculiar aos tepuis ocidentais. Embora os levantamentos ornitológicos na região, especialmente nas partes mais altas, sejam ainda preliminares, já foram registradas 17 espécies endêmicas dos tepuis. Outro importante resultado dos levantamentos recentes na região foi o primeiro registro confirmado de Polytmus milleri para o Brasil. Os registros de Myrmothera simplex (torom-de-peito-pardo), contudo, ainda requerem confirmação. Nas extensas terras baixas incluídas na IBA ocorrem Myrmotherula ambigua (choquinha-de-coroa-listrada), Herpsilochmus dorsimaculatus (chorozinho-de-costas-manchadas), Cyanocorax heilprini (gralha-de-nuca-azul) e Dolospingus fringilloides (papa-capim-de-coleira), todos representativos da EBA065 (Vegetação de Campina do Orinoco-Negro). Cyanocorax heilprini não está presente em outras IBAs do Brasil, assim como Rupicola rupicola (galo-daserra), registrado na área. Fora da IBA, às margens da rodovia que liga São Gabriel da Cachoeira à divisa com a Venezuela, foi observada Myrmeciza pelzelni(formigueiro-de-barriga-cinza), espécie endêmica do oeste do rio Negro e também de distribuição restrita, ausente de outras IBAs brasileiras. Entretanto, sua presença na área é muito provável, não só pela proximidade desse registro em relação ao P. N. do Pico da Neblina, mas também pela continuidade de hábitats adequados.
Recommended citation
BirdLife International (2024) Important Bird Area factsheet: Tepuis do Amazonas (Brazil). Downloaded from
https://datazone.birdlife.org/site/factsheet/tepuis-do-amazonas-iba-brazil on 23/12/2024.