BR188
Serra dos Órgãos


Country/territory: Brazil

IBA criteria met: A1, A2, A3 (2006)
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Area: 16,000 ha

SAVE Brasil

Site description (2005 baseline)
O maciço da Serra dos Órgãos, famoso por seus pináculos rochosos de formas inusitadas, está situado a apenas 50 km da cidade do Rio de Janeiro, no centro do Estado. Juntamente com a Serra do Tinguá (RJ06), a oeste, e as florestas entre Teresópolis e Nova Friburgo (RJ02), a leste, forma um bloco florestal praticamente contínuo ao longo da Serra do Mar fluminense, que somente é interrompido ou estreitado pelas áreas urbanas de Petrópolis, Teresópolis e Guapimirim. O Parque Nacional da Serra dos Órgãos abrange principalmente terras acima de 900 m de altitude, mas a área estendese além dos limites dessa unidade de conservação, incluindo remanescentes desprotegidos de floresta baixo-montana no sopé da serra. Em alguns pontos, es- ses remanescentes prolongamse de forma ininterrupta até c.190 m de altitude. Mais abaixo, a floresta já se encontra quase inteiramente fragmentada, ao passo que nas baixadas adjacentes existem apenas manchas esparsas de mata secundária. A Serra dos Órgãos, entretanto, ainda apresenta grandes extensões de floresta primária, sobretudo a partir dos 400 m de altitude. Acima de 1.830 m, as florestas de encosta dão lugar a matas nebulares e brenhas de bambus (até 2.100 m), e após a campos de altitude com charcos turfosos, nos cumes das montanhas.

Key biodiversity
Há registro de 372 espécies de aves na Serra dos Órgãos. Algumas estão aparentemente extintas na região, como Pipile jacutinga (jacutinga), Pyroderus scutatus (pavó) e Lipaugus lanioides (tropeiro-daserra), mas a área ainda abriga mais de uma centena de endemismos da Mata Atlântica e pelo menos trinta espécies de distribuição restrita das EBAs 075 e 076. A notável redescoberta de Calyptura cristata (tietê-de-coroa) em uma encosta da Serra dos Órgãos em 1996, mais de cem anos após o último registro confirmado, deu-se em um condomínio particular situado próximo a um trecho da estrada Rio–Teresópolis conhecido como “curva do Garrafão”, pouco abaixo dos limites do parque nacional. Lamentavelmente, essa espécie criticamente ameaçada não foi mais vista desde então, a despeito das buscas movidas por ornitólogos e observadores de aves. Há evidências de prováveis migrações altitudinais na Serra dos Órgãos, o que confere importância extra às florestas de planície e encostas baixas da região como hábitats de invernagem de aves que se deslocam sazonalmente ao longo do gradiente de altitude, como Dacnis nigripes (saí-de-pernas- pretas). Myrmotherula fluminensis (choquinha-fluminense), espécie considerada criticamente ameaçada mas de validade questionável, foi descrita a partir de um macho coletado em Magé, em um fragmento de floresta de baixada situado muito próximo à base da Serra dos Órgãos. A busca por populações remanescentes dessa espécie enigmática nas encostas inferiores da serra pode ajudar a elucidar o seu status taxonômico e de conservação. Por fim, a presença de Harpia harpyja (gavião-real) na área deve ser confirmada. Um exemplar foi observado nas imediações do P. N. da Serra dos Órgãos em 1980, mas esse registro aparentemente deu-se em circunstâncias que não permitiam a identificação segura da espécie.


Recommended citation
BirdLife International (2024) Important Bird Area factsheet: Serra dos Órgãos. Downloaded from https://datazone.birdlife.org/site/factsheet/serra-dos-órgãos-iba-brazil on 19/03/2024.